Passamos essas duas últimas semanas bombardeados de informações sobre uma situação inédita para muitos de nós que não vivemos guerras nem outras epidemias, pandemias ou crises globais. Revisando a história, o mundo nunca mais foi o mesmo depois de qualquer evento dessa magnitude.
O mesmo acontecerá agora. Descontando os sérios problemas econômicos, o recolhimento nos fará refletir e, certamente, amanhã seremos diferentes e melhores. E os livros sempre são uma boa companhia nesses momentos, a medida que sempre mudam nosso olhar para o mundo.
Meus netos, a distância, me mandam pela mãe ideias do que fazer. Recebi deles 3 livros, com a sábia recomendação de que se eu não entendesse eu ligasse para eles. Liguei, claro, e trocamos ideias sobre as leituras, que por sinal são ótimas.
Não é mais uma simples versão da história clássica homônima. Uma linda edição, onde Pinóquio é o personagem principal. O dilema da história original aparece claramente recontado de uma linda forma e acessível aos pequeninos.
Deixo a palavra para o João de 6 anos que assim entendeu:
"Vovó, é quando a gente pensa em ser outra pessoa que a gente acha melhor ou mais bonito. Mas a gente é o que a gente vê no espelho mesmo. Não adianta pensar que não. E é bom ser assim né? E você viu aquela página enorme do nariz dele que queria ser árvore? Achei muito legal!
Outro livro que recebi dos netos:
Esse livro me surpreendeu pela autoria. Não sabia que o filósofo Gramsci tinha escrito livros infantis. Na verdade, o livro é resultado de uma carta que ele enviou da prisão para sua esposa, pedindo que ela contasse a fábula, popular no povoado em que nasceu, para os filhos. Dessa carta nasceu esse livro lindo e preciosamente editado.
Com a palavra, Felipe de 8:
“Vovó, é um livro da época de guerra onde tudo tinha acabado. Então, o rato precisava conseguir leite para um menino, e para conseguir o leite ele precisava que a montanha tivesse árvores de novo. Assim como o ciclo da natureza que eu estudei na escola. Então, se a gente não cuida das árvores, tudo morre. Não pode acabar com elas e nem queimar, e sempre plantar mais.“
E por último a indicação de minha neta Isadora, de 12:
Que boa leitura foi essa! Acredito que tudo que uma mãe gostaria de falar com uma filha adolescente, a autora colocou nas palavras de sua personagem principal, uma menina que no início do livro está com 13 anos e no final, terminando o ensino médio.
Não é sem razão que Isadora me disse:
“Vovó, você tem que ler esse livro. Ele agora é o meu favorito da vida! Você viu que eu coloquei um monte de marcações, nele? São trechos que eu quero ler para os meus colegas na escola como um presta-atenção para não fazerem o que estão fazendo. E tenho certeza que todo mundo vai querer ler o livro quando eu contar dele na aula de leitura.”
Concordo com Isadora. Todos vão querer ler (e deveriam!), e também recomendar para suas mães.
Três lindas recomendações que agradeço muito aos meus netos. E que recomendo fortemente!
Falando de leituras “mais adultas,” tenho em minha cabeceira uma coleção de livros que separei e chamei de “coronalivros”, muitos deles releituras:
- Ensaio sobre a Cegueira, de Jose Saramago
- Amor nos tempos de Cólera, de Gabriel Garcia Marquez
- O Decamerão, de Giovanni Boccaccio
- A Peste, de Albert Camus
Esse será meu próximo mergulho, com o objetivo de ampliar meu olhar sobre o que o mundo vem passando atualmente. Aguardem mais detalhes no próximo post!
Bom domingo a todos, fiquem em casa e vamos aproveitar para ler muito!